sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mico no Leblon

Então. Depois de um jantar maravilhoso com amigos queridos, duas deliciosas margaritas de melancia!, e décadas milagrosamente escapando, finalmente, fui pega na blitz da Lei Seca!
Comecei fazendo uma cena, dizendo que estava vindo do hospital, que meu pai estava internado, etc, etc, na esperança de que o rapaz ficasse com pena de mim e me liberasse... Cheguei a chorar! Atrizes... E contava o meu drama, enrolando a língua...  Ele me ofereceu água e esperou pacientemente enquanto eu bebia dois copos e pensava que talvez aquela água toda pudesse diluir o álcool do meu sangue.
Ridíííícula.
O gentil rapaz me perguntou se eu tinha ingerido bebida alcoólica.
NÃO! Respondi, prontamente.
Daí, talvez imbuída do espirito de retidão, transparência, verdade, de correção e lisura que reivindicamos nas manifestações das ruas nos tempos atuais, e conduzida pelo gentil rapaz, soprei o bafômetro...
Acho que esperava que alguma intervenção divina se comovesse com a minha honestidade e impedisse que o assustador aparelhinho me acusasse de níveis constrangedores de álcool no sangue.
E no intuito de dar uma mãozinha às divindades que protegem os bêbados e as crianças, soprei fraquinho, meio para os lados, deixando o sopro escapar, e tentando fazer com que o ar entrasse pelo nariz e fosse direto para a boca sem passar por dentro de mim e das minha margaritas de melancia, sei lá .
O gentil e muito paciente rapaz me pediu que repetisse o sopro, com força minha senhora, fechei os olhos e fui.
Foi então, que ouvi em voz alta o numero que deu lá no aparelhinho, e eu pude ouvir, também, um sonoro Oooohhhh vindo da fila de desesperados, menos alcoolizados do que eu, ao lado.
Bom, perdi minha carteira e só não perdi também o carro porque quem tem filho tem tudo nessa vida.
Hoje, ressaca. Espiritual, também. E a certeza de que sou mesmo muito burra.
Todo mundo, mas todo mundo mesmo, sabe que não pode soprar.
E se beber não dirija!